Drama de namoros longos
“Se eu conhecesse você hoje, será que eu me atrairia e amaria você?”
Assim que ele começou a questionar a qualidade de seu namoro de 7 anos.
Se todos fossem assim...
Você já deve ter vivido ou presenciado o drama de namoros intermináveis.
Casal que se conheceu na adolescência ou pré-adolescência, naquele frescor da inexperiência total e falta de grandes definições de vida.
Crescem, transformam-se e o namoro segue firme. Bem, não tão firme.
A falsa sensação de estabilidade e longevidade de namoros que começam em idade prematura e avançam para a vida adulta causa conflitos silenciosos.
As pessoas ainda não estão em fase “casamentária”, mas também não são um casal novinho que tem todo o tempo para aprofundar a relação. E mais já não sabem se aquela pessoa que tem ao lado ainda é interessante após tantas mudanças.
Amar a longo prazo implica uma disposição muito madura: rever de tempos em tempos se a pessoa que você se tornou ainda quer seguir com aquela pessoa que seu tornou ao seu lado. É possível que não haja nada de errado na outra pessoa, no entanto você não quer mais.
O problema é ter que conviver com o peso de 5 ou 10 anos de convívio. A pessoa formou e moldou seu caráter como irmão gêmeo. Isso cria uma falsa sensação de similaridade. E esse é o mofo de namoros longos, o casal já deduz demais um sobre o outro e não abre espaço para reinvenções e descobertas.
Aquele sentimento de “conhecido” torna tudo asfixiante. Nenhum movimento novo é possível sem haver uma dose de repreensão.
Esse cansaço confortável passa a ser um elemento tóxico da relação.
O conflito pode surgir de uma questão interna do casal ou de um terceiro elemento que traga novos ares para a relação.
“Com aquela outra garota consegui ser como não fui em 10 anos de namoro. Sinto que a imagem que eu reforçava ao lado de minha ex-namorada era a do menino bobo que ela conheceu aos 15 anos. Hoje com 25 aquilo não cabia mais. Quando expus isso a ela, tudo desmoronou. Ela achou que eu fui ingrato e falso ao deixar a nossa história de lado. Mas apesar da dor de me desacostumar dela percebi que havia um EU que eu deveria construir por conta própria.”
Esse é um dos caminhos, o outro é daquele casal de velhinhos da foto… Parece que eles se renovaram bem!
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