Eu sou maluco? – Esquizofrenia

Quando você pensa numa pessoa louca, logo imagina aquele cara na rua se debatendo contra imagens e ideias fixas que só ele vê.

Sendo abordado por "seres mágicos"

Normalmente esse problema mental é um dos mais temidos e pouco compreendidos. Por isso é alvo de preconceito, afinal o maior medo de todas as pessoas é perder o controle de si mesmas.

Esse é o grande dilema das pessoas que sofrem de esquizofrenia.

A esquizofrenia vem sendo estudada a pouco mais de cento e cinquenta anos. Não é uma doença moderna ou tão comum (menos de 1% da população) e que costuma surgir (primeiro surto) nos homens por volta dos 18 anos e nas mulheres entre 25 e 30 anos.

Esquizofrenia quer dizer, esquizo = cisão, frenia = mente, ou seja, uma fratura que divide a mente em duas. De um lado ela compartilha a realidade comum e de outro lado é possuída por uma realidade própria e fantasiosa.

Um dos livros que mais me impressionou sobre esse assunto foi o “Eu nunca lhe prometi um jardim de rosas” de Hannah Green. Ele conta a linda história de recuperação de uma jovem que se debate num mundo de imagens internas nas quais só ela mergulha e interage.

Em essência o diagnóstico é feito pelo médico psiquiatra que dará um tratamento medicamentoso adequado para os sintomas mais graves.

As características marcantes são:

Delírios: alteração da capacidade cognitiva e uma ideia fixa e inquestionável que costuma ser acompanhada de um sentimento de perseguição (paranóia). Isso é o que costuma afetar aqueles moradores de rua, pois eles podem acreditar que são vítimas de um complô ou uma conspiração de alguma sociedade secreta que visa dominar o mundo. Os delírios costumam ser de conteúdo bizarro como uma pessoa que se acredita um enviado ou figura importante (megalomania) ou uma pessoa que tem poderes especiais sem que aquilo se comprove na prática. Os delírios costumam ser responsáveis pelas reações agressivas por parte do esquizofrênico, pois ao se sentir perseguido e acuado a sua resposta pode ser bruta e até violenta. Os crimes cometidos por pessoas esquizofrênicas são resultados dessas ideias fixas.

Alucinações: alteração da percepção responsável por imagens, sons e sensações estranhas que só a pessoa presencia. Esse é sintoma mais temido, afinal, ser perturbado por visões de pessoas e lugares que querem prejudicar você não é nada agradável. Imagine vozes falando na sua cabeça e dando ordens ou sugerindo assuntos perturbadores. Ou ainda ser invadido por sensações no seu corpo como se fossem bichos caminhando por ele.

Embotamento afetivo: uma apatia que torna a pessoa incapaz de se conectar afetivamente com os outros. É como se não houvesse fluxo “sanguíneo” emocional correndo em suas veias. Isso vem acompanhado de uma dificuldade na interação social, um comportamento desorganizado, negligência nos cuidados pessoais e perda do pragmatismo.

A esquizofrenia é considerada uma doença sem cura, mas eu entendo que quanto mais cedo a pessoa procurar um tratamento menos sequelas terá.

A psicoterapia é recomendada para que a pessoa consiga readquirir hábitos sociais que perdeu ao longo do curso da doença. Os familiares também devem procurar tratamento, afinal, o convívio com uma pessoa que altera seu comportamento de um momento para o outro pode ser altamente perturbador.

De qualquer forma, a sociedade pode e deve ser informada sobre esse tipo de doença.

No fundo o que nos assusta é que todos possuem em alguma medida uma semente de ideias grandiosas de si mesmo que beiram o absurdo. E aquela mesma convicção que toma a mente da pessoa portadora da esquizofrenia é bem parecida com nossa cegueira habitual.

Quantas vezes você já não se viu preso e tentando fugir de fantasmas emocionais que só você achava que existiam?

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Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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