Constelação Familiar de Bert Hellinger – Você é um de nós

No primeiro artigo falei sobre as Leis do Amor descobertas por Bert Hellinger.

Comentei que existem leis ocultas da vida que atuam sobre as nossas vidas mesmo que não as percebamos.

Você é um de nós

Agora falarei da primeira lei:

 

1ª Lei: TODOS TÊM O IGUAL DIREITO DE PERTENCER.

O que isso quer dizer? Quer dizer que não importa o que uma pessoa faça de “condenável”, “pecaminoso”, “reprovável” ou “errado” ela continua tendo o direito de pertencer ao sistema familiar.

Isso não quer dizer que ela esteja isenta de repreensões, restrições e até de punições legais, mas apesar de tudo ela continua tendo o mesmo direito de pertencer a um sistema familiar.

Suas atitudes podem diminuir sua credibilidade, confiabilidade e até sua proximidade, mas não tiram seu pertencimento.

Por exemplo, uma pessoa comete um crime e isso causa uma vergonha entre os familiares. Ele vai preso, cumpre sua pena, sai da prisão e passa a morar afastado de seus familiares. As pessoas passam a não comentar sobre o acontecido, evitam falar do passado e tentam apagar da história da família aquele membro. Ele passou a ser um inconveniente e uma “vergonha moral” para a família.

 

No entanto, essa lei demonstra que quando um membro familiar é assim visto pelos demais isso cria um efeito colateral.

Essa lei atua drasticamente fazendo com que esse membro do grupo seja incluído novamente de um jeito ou de outro, esteja ele vivo ou não.

Normalmente percebe-se que esse comportamento reprovável reaparece em alguma das gerações seguintes em forma de sintomas num dos jovens membros, como um neto ou bisneto (sem que eles saibam). Ou também, na forma de um problema de relacionamento entre membros como irmãos ou um casal.

Essa lei do Pertencimento também é válida para aquelas pessoas que foram prejudicadas em favor de alguém da família. Se por exemplo, um casal se une e essa união foi conseqüência de uma separação com um ex-parceiro, a energia deste também pode atuar sobre os filhos desse casal. Essa é uma dinâmica das mais comuns verificadas por Hellinger. Um filho se comporta de modo inapropriado tendo ciúme de um dos pais, ou sendo tirano em casa, ele pode estar sofrendo os efeitos daquele ex-parceiro da mãe que foi deixado de lado em favor da união dos pais. É quando a felicidade de alguém foi fruto da infelicidade de outro.

Quando esses membros da família são reconhecidos é possível haver uma reconciliação pacífica entre todos. Esses momentos demandam uma grande coragem, pois exige dos membros de uma família que superem seus julgamentos morais em favor da reinclusão daquele membro excluído.

Pelo bem maior da família que transcende a condenação moral os membros incluídos ganham um espaço precioso no coração de seus membros. Dessa forma todos podem voltar a sentir a paz que foi interrompida pelo acontecimento doloroso do passado.

O resultado individual é que um dos membros que carregava a sensação de não se sentir aceito em nenhum lugar acaba. A sensação de “voltar para casa” dentro de si é incrivelmente libertadora e a felicidade é possível…

No próximo artigo (sexta-feira que vem) tratarei do equilíbrio entre dar e receber amor!

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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