Dia da mentira

*Por Frederico Mattos

Ouvi de um amigo que o dia da mentira não é em primeiro de abril, mas primeiro de janeiro. Ali fazemos promessas de alavancar a vida, mudar de emprego, melhorar o relacionamento com as pessoas, entrar numa história de amor, deixar uma relação cheia de pesadelos, enfim, sacudir a poeira do passado.

Com o passar dos dias adiamos para depois do carnaval, afinal gastamos muito nas festas se fim de ano. Depois do carnaval notamos que o cartão de credito ficou comprometido e adiamos para o segundo semestre. Quando nos damos conta já é setembro e afinal não vale a pena começar um projeto quase no fim do ano.

O Pinóquia está bem perto de você, bem dentro...

O Pinóquio está bem perto de você, bem dentro…

A academia fica para o ano seguinte, o guarda-roupa consciente é deixado de lado, os planos financeiros ficam para depois e a tal da maturidade emocional vai sendo adiado pela vida à fora.

Aquele sentimento de dever pessoal cai como uma ação de uma empresa falida na bolsa de valores da consciência, sua reputação consigo mesmo naufraga mais uma vez. Entra ano e sai ano sua conta continua estourada, sua forma de encarar a autoestima permanece lastimável e sua aparência é jogada para escanteio.

Quando você nota já tem mais idade do que gostaria e parece que o tempo voou, mas não foi isso, você é que deixou tudo o que seria significativo para depois.

A grande mentira que contamos no dia 1 de abril e todos os outros 364 dias do ano é: não partimos para a ação e nos alimentamos de promessas de mudança nunca cumpridas.

Pior ainda, olha para o colega que foi promovido, o parente bem sucedido, a prima que casou e tenta se convencer que são todos sortudos. Sabemos que não são, eles ralaram, mas você estava se ocupando em reclamar e adiando suas promessas.

Porque não atender aquele impulso de transformação que bate na sua porta? Será que a zona de conforto é tão agradável que o impede de investir tempo, esforço, dinheiro em um sonho realmente significativo?

Não posso responder por todos, mas sempre considerei a felicidade tranqüila e equilibrada como item número um da minha lista de prioridades, pois sem ela qualquer tentativa de uma uma vida realizada seria mero desejo.

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Captura de Tela 2014-08-26 às 10.05.17* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique], Como se libertar do ex [clique aqui para comprar] e Mães que amam demais. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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