A maneira como nos relacionamos

*Por Juliana Guisilin Cordeiro

O humano é realmente um ser estranho. Único dotado de capacidade de raciocínio e discernimento entre o certo e o errado diante de um mínimo de caos transforma situações simples em reboliço.
É pensador, nem isso pode fazer em paz

É pensador, nem isso pode fazer em paz

Vou citar um exemplo  de viagem que vivência com certa freqüência. Basta se aproximar o horário do embarque para todos se aglomerarem sem o mínimo de ordem em frente ao portão de embarque. Alguns fingem que não estão vendo a fila formada ainda que desorganizada e passam a frente dos demais deliberadamente.
O momento do desembarque é outro pequeno caos. Parece que um vai atropelar o outro na tentativa de ganhar alguns minutos.
Na fila da imigração, se não há agentes para organizar a fila o mesmo fenômeno estranho do desespero e da espertice aconteceriam novamente.
Na última viagem que fiz à Alemanha me surpreendeu a atitude de uma senhora em seus 50 e tantos anos que simplesmente surgiu do meu lado furando descaradamente a fila. Ela agia normalmente como se nada houvesse feito. Não sei qual a nacionalidade dela, mas o desrespeito não tem bandeira, com algumas exceções européias e asiáticas.
Agora, o que mais me espanta sempre é a maneira como cuidamos do espaço “público” falando especificamente do banheiro. E nem é um espaço tão público assim visto que está limitado ao uso dos passageiros de um único avião. O triste é que a grande maioria era de brasileiros.
 O descuido é chocante. As pessoas urinam fora do lugar, jogam papel no chão, escovam os dentes espirrando pasta no espelho e não limpam. Soam o nariz e não recolhem a sujeira que fica na pia, largam a pia com cuspe.
Tudo isso ninguém me contou. Eu vi nas 4 vezes que levantei para ir ao banheiro em um vôo que custa alguns mil reais ao bolso o que significa que falta de educação não tem a ver com classe social.
Ao longo da noite a situação só piorava e já se sentia o cheiro de urina ao abrir da porta. Nas 3 ultimas idas senti nojo de usar e vergonha de deixar o banheiro como estava. Limpei da privada ao espelho porque quem entrasse depois não mereceria ver o que eu vi. Infelizmente, ninguém fez o mesmo por mim.
Acho que estamos precisando reaprender a conviver. Não é surpresa que moremos numa cidade tão suja como São Paulo. Está na hora de enxergarmos o bem público como extensão de nós mesmos e assumirmos a responsabilidade por mantê-lo. Estou indignada.
Precisamos reaprender a nos relacionar.
________
AVATAR JULIANA2*Juliana Cordeiro – Garota urbana, nascida e criada em São Paulo, viajante nata (se é que isto é possível), sonhadora incansável, Consultora de Moda desde pequena, professora, marqueteira, apreciadora do belo em todas as suas formas. Adora brigadeiro e frequentadora assídua de pizzarias na companhia do noivo. Escreve no www.semespartilhos.com.br No Facebook [clique aqui para curtir]

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

Related posts