7 pecados capitais – Avareza

* Escrito por José Chadan:

AVAREZA – cobiça + idolatria

A avareza está elencada entre os sete pecados capitais, pois é por causa da avareza que a justiça é quebrada. O avarento é aquele que quer tudo só para si. Então, ele não mede esforços, não tem escrúpulos e tira o que for de quem quer que seja.

Avarentos são os políticos que roubam, fazem caixa 2, não se importando com as crianças sem educação de qualidade ou os velhos que estão morrendo nos hospitais. Avarentos são os religiosos que tomam os dízimos, compram casas luxuosas enquanto suas ovelhas passam necessidades. Talvez a avareza seja um dos pecados mais cometidos não só hoje em dia, mas durante toda a história humana. Reis que amontoam fortunas enquanto o povo passa fome, sacerdotes que vivem confortavelmente, enquanto o povo desesperado, oferece – através dele- sacrifícios ao Senhor, faraós que constroem pirâmides à custa do esforço desumano de escravos e etc.

Fragmento de Os Sete Pecados, representando a Avareza, H. Bosch

Fragmento de Os Sete Pecados, representando a Avareza, H. Bosch

Contra a avareza, é que Jesus se insurge e propõe a parábola do rico insensato, que tendo ajuntado muitos bens, contudo não havia onde guardá-los. Ponderou e decidiu construir celeiros maiores para guardar tudo o que possuía. Entretanto,naquela mesma noite, ele morreria, não tendo mais como usufruir de seus bens. (Cf. Luc. 12,13).

O avarento peca ao violar a justiça divina, que ordena a boa vontade para com todos. Mas o avarento peca também, pois a avareza faz dele um tolo. Ele não consegue mais discernir entre aquilo que realmente é importante. Entre o que ele de fato precisa e o que não precisa. Outrossim, ele se torna tolo, pois esquece da brevidade da vida.

O pecado da avareza é contraposto à virtude da generosidade. O avarento é incapaz de dividir algo com alguém, ao passo que o generoso tudo divide. Por fim, a avareza viola dois dos dez mandamentos: o que ordena a que não se adore outros deuses que não seja o Senhor (Êx. 20,3) e o que ordena não cobiçar o que é alheio ( Êx. 20,17).

O avarento colocou o dinheiro e os bens materiais no lugar de Deus, adorando-os. Tornando-se idólatra. E, mais uma vez, como adverte Jesus ao dizer que não se pode servir a Deus e ao Dinheiro ao mesmo tempo, pois sempre haverá de querendo agradar a um, desagradar a outro.

Parece que nossa sociedade tornou-se idólatra e temos amado em demasia o dinheiro. Ajuntando mais e mais, quebrando assim, a justiça estabelecida por Deus, onde cada qual, deve ter aquilo que lhe é necessário à manutenção da vida. Ou, como diz Timóteo em uma de sua cartas: “ O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males” ( 1º epístola de Timóteo,  6,10).

Ou ainda, como diz o Eclesiastes: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundancia nunca se fartará da renda; também isto é vaidade”  ( Ecl. 5,10).

Do ponto de vista psicológico, a pessoa avarenta está sempre insatisfeita. Contra a avareza é preciso nutrir gratidão pelo que se possui e generosidade para doar e se doar, Doar o tempo, doar boa vontade e doar algum bem que seja.

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BÍBLIA SAGRADA. Revista e corrigida por João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1993.

zé rosto e terno (1) * José Chadan: Professor, licenciado em história. Bacharel e mestre em filosofia. Escritor, pensador e autor do livro de poesias intitulado, Barca Melancólica (Fonte Editorial). Lecionou na rede de ensino do Estado de São Paulo durante 4 anos. Apresentou palestras para alunos pré-vestibulandos, cursos de jornalismos e participou de encontros e comunicações sobre filosofia medieval e existencialista. Nas horas vagas gosta de assistir cinema, caminhar pelas ruas da cidade e praticar meditação transcendental. Alguns de seus trabalhos estão publicados no blog: www.pistosdarazao.blogspot.com.