Receita anti-inveja: você realmente quer um mundo melhor?

* Por Frederico Mattos

Adoro quando uma pessoa diz que quer construir um mundo melhor, mas minha desconfiança terapêutica saudável me faz trucar este sonho lindo: “Ok, se você quer ver um mundo melhor, importaria-se que todas as pessoas pudessem viver e se sentir melhor antes de você? Incomodaria-se em ser o ultimo da fila?”. O silêncio que surge é constrangedor.

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De modo geral a resposta é negativa, pois entre o sentimento de ver um mundo melhor e a inveja que causaria ver todos os outros corredores passando na frente, as pessoas preferem tomar a dianteira. Imagine se todas as pessoas no trânsito fossem gentis umas com as outras: todos chegaríamos mais rápido, pois um estaria facilitando o caminho do outro. E quando todos querem chegar primeiro? Nós testemunhamos diariamente essa resposta, afinal nós somos o trânsito na vida dos outros de que nos queixamos.

Quando eu torno mais fácil a vida das pessoas que me cercam, parece que há um efeito colateral positivo que reflui sobre mim. Elas se sentem mais abertas, vivas, gratas, generosas e menos propensas a má vontade, mau humor e chatice.

Eu sempre fui aquele cara que deixou os outros entrarem primeiro nos lugares, como um guarda-costas que assegura que todos estão protegidos para então eu ficar seguro. Isto parece dar um clique na cabeça das pessoas, que sentem como se houvesse um lugar seguro ao meu lado. Sem que elas percebam, esse hábito passa a incorporar seu comportamento por uma forma de captação subliminar. Gentileza puxa gentileza.

Isso provoca outra sensação positiva: alegria com a prosperidade dos outros. Quando alguém consegue remar mais rápido que eu e passar na minha frente, já não sinto inveja, mas certo alívio ao notar que existe uma pessoa a menos para se queixar de insatisfação e infelicidade. Se alguém casa, compra um imóvel ou realiza um sonho, penso que será menos um pessimista no mundo. Ou seja, mais espaço para que eu consiga respirar em paz. Quanto mais pessoas saírem da miséria material e emocional, mais haverá movimento, vida acontecendo e um ciclo virtuoso – ao passo que quanto mais gente chafurda em mal-estar e infelicidade, mais eu também poderei ser arrastado por uma correnteza de negatividade. Cultivar o bem não é uma atitude “Poliana”, é até egoísta no sentido de garantir que eu mesmo serei inspirado por pessoa positivas no dia em que eu estiver no meu dia de baixa. E eles virão.

Portanto, ao invés de ficar amargurado por que seu vizinho ganhou na loteria, fique alegre com a conquista dele. Pois se você diz que quer ver um mundo melhor, não deveria se preocupar em ser necessariamente o primeiro a cruzar a linha de chegada. Os últimos não serão os primeiros, mas sabe aquela hora em que sua festa acabou e você recolhe com alegria a sujeira e se lembra da alegria das pessoas durante a farra? Então, quem testemunha o crescimento dos outros sabe que a recompensa está no fim do túnel já que viu muita felicidade à sua volta.

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Captura de Tela 2014-08-26 às 10.05.17* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique]“,  “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

 

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Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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