Nossas crenças e descrenças

* Por Juliana Baron Pinheiro

 

Todos nós um dia acreditamos na existência do Papai Noel e do Coelhinho da Páscoa, e porque acreditávamos, no nosso imaginário, eles existiam. Mas não são somente personagens populares que podem confundir nosso sistema de crenças. Você já parou pra reavaliar tudo aquilo que você acredita que é e que, na verdade, pode fazer parte apenas de uma invenção ou uma inversão da sua realidade e da sua essência?

Ao longo da nossa vida absorvemos inúmeras convicções e crenças alheias, principalmente na infância. Na busca por construir uma identidade e por pertencer a um núcleo familiar, ainda imaturos ou simplesmente ignorantes ao assunto, vestimos rotulações e  entendemos que aquilo nos diz respeito, quando na verdade não.

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Quando fiz o meu processo de coaching no ano passado, trouxe a razão quais eram as minhas crenças e aonde elas acabavam atrapalhando minha vida. Revi tudo aquilo que eu acreditava ser, como ansiosa e egoísta, por exemplo, e passei a refletir sobre o que era meu e o que eu adquiri como meu durante o meu desenvolvimento. Nessa trajetória, conheci o livro “Desperte seu gigante interior”, do Anthony Robbins, que apesar de estar inserido na categoria de autoajuda, foi de grande auxílio para minhas novas descobertas.

Robbins, no capítulo 4 do referido livro, discorre sobre as nossas convicções, que são o significado que atribuímos ao que acontece conosco. Segundo ele, elas são “um sentimento de certeza em relação a algo” e tem “o poder de criar e o poder de destruir”. Sabe quando duas pessoas reagem de formas diferentes ao mesmo evento? De acordo com o autor, isso se dá porque “Não são os eventos externos em nossas vidas que nos moldam, mas sim as convicções sobre o que esses eventos significam”. Ou seja, se você possui a crença inconsciente, o senso de certeza, de que é de um determinado jeito, é provável que tudo o que aconteça na sua vida, faça reverência ao que você acredita ser.

Quantas vezes parece que nada na sua vida dá certo, que você sempre se relaciona com as mesmas pessoas e comete repetidamente os mesmos erros? Se você não destruir as bases negativas que sustentam a sua vida, é provável que realmente tudo continue igual. Se você não rever as referências que apoiam as ideias que você faz de você mesmo, suas convicções pessoais irão continuar as mesmas e te levarão sempre para o mesmo caminho.

Como eu disse anteriormente, geralmente essas convicções se formam quando ainda somos imaturos e incapazes de perceber nosso real poder interior. Porém, não se deve sair por ai buscando os responsáveis por essas suas crenças enfraquecedoras. Apropriados dessa observação, precisamos de forma consciente, rever todo o sistema de convicções que nos sustenta e alterá-lo – se julgarmos necessário.

Esse assunto na minha concepção é riquíssimo e muito importante de ser levantado. Não vou me aprofundar nele, mas espero deixar a ideia, um caminho para que cada um de vocês reveja suas próprias crenças e convicções. Porque não basta crescermos e abandonarmos somente as crenças infantis, é preciso que tenhamos capacidade, maturidade e consciência de rever a nossa existência como um todo, principalmente aquilo que nos sustenta e nos torna quem nós somos – ou acreditamos que somos.

Beijos, Juliana Baron Pinheiro

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Ana Correa | 2012* Juliana Baron Pinheiro: casada, mãe, mulher, filha, irmã, amiga, formada em Direito, aspirante à escritora, blogueira e finalmente, estudante de Psicologia. Descobriu no ano passado, com psicólogos e um processo revelador de coaching, que viveu sua vida inteira num cochilo psíquico. Iniciou uma graduação para compartilhar com os outros a maravilha da autodescoberta e que acabamos buscando aquilo que já somos. Lançou seu blog “Psicologando – Vamos refletir?” (www.blogpsicologando.com), com textos que retratam comportamentos e sua caminhada no curso de Psicologia.