* Por Frederico Mattos

“Tentei ser diferente, mas não consigo, é mais forte que eu.”

Quando alguém afirma isso está tratando sobre duas coisas. Uma pessoa nem sempre é aquilo que gostaria de ser e, mesmo sabendo o que deveria ser, não basta a vontade de mudar para se transformar.

Os hábitos sustentados por anos delimitam a qualidade de uma vida toda e conduzem quase imperceptivelmente a caminhada de uma pessoa.

Ao ler a biografia de um ilustre fica sempre muito claro, pelo menos para mim, que nada aconteceu por acaso. Tudo surgiu de uma dose de esforço mínimo colocado sobre uma ação pequena com certa regularidade. O ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” tem uma valiosa verdade: a persistência ao longo do tempo sobre determinado comportamento é responsável pelo sucesso ou fracasso de alguém.

Ao treinar exaustivamente uma habilidade, o tempo se revelará um prodigioso mestre. Nenhum sábio surgiu sem uma mentalidade de aprendiz humilde que saiu da ignorância inicial até atingir a maestria.

De outro lado, os defeitos são hábitos. Se você cultiva a desconfiança contínua das pessoas, justificada por uma ou duas situações de quebra de promessa, então só verá potenciais enganadores. Logo, sua reação será sempre defensiva e desagradável. Ao se relacionar com alguém tão desconfiado, intransigente e paranoico a probabilidade dos outros saírem correndo aumenta. A profecia foi cumprida, mas foi o desconfiado quem induziu a concretização do seu próprio medo.

Se você quer ampliar os seus campos de visão e ação, não pode deixar de fazer pequenas e constantes manobras que trarão resultados com o passar do tempo. Só que estamos mal acostumados. Ao iniciar uma mudança queremos resultado rápido, agimos como mimados que exigem resultado sem nenhum empenho de longo prazo. Disciplina é o hábito de adiar as recompensas, e para uma mudança pessoal é necessário atravessar o período inicial de abstinência do velho costume e insistir na nova rotina, mesmo a contragosto.

O que leva à felicidade ou ao sofrimento está ligado ao direcionamento mínimo da vida cotidiana. Não subestime isso, esperando grandes milagres sem pequenas ações.

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos

Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli