Preconceito

Quem não tem preconceito que atire a primeira pedra.

Coisa linda, você não acha? Ops!

Se acha que não farei uma pequena lista dos alvos número 1 de preconceito.

Negros, pobres, feios, homossexuais, branquelos, drogados, nerds, altos, baixos, magros, gordos, miopes, gostosonas, bombados, mulheres, ricos, desempregados, workaholics, preguiçosos, orgulhosos, santinhos, prostitutas, nortistas, sulistas, nordestinos, cariocas, paulistas, americanos, latinos, gringos em geral, políticos, feministas, sem terras, com terras, de esquerda, de direita, Deus, o diabo, pais omissos, pais superprotetores, filhos únicos, caçulas, vesgos, anões, loiras, portuqueses, brasileiros, bandidos, policiais, intelectuais, coloridos, pagodeiros, funkeiros, sertanejos (universitários ou não), rockeiros, cults, skatistas, nudistas, cornos, caretas, loucos, sedentários, pedreiros, advogados, atendentes de qualquer coisa, operadores de telemarketing, macumbeiros, evangelicos, católicos, budistas, hare Krishnas, reagueiros, corinthianos, são paulinos, tímidos, exagerados, vaidosos, mal vestidos,  bem vestidos, solteironas, padres, carecas, bigodudos, burros, genios, porteiros, artistas, bonitos, orelhudos, comunistas, carentes, frios, síndicos, vendedores, médicos, dançarinos, alternativos, dondocas, frígidas, romanticos, velhos, doentes, aleijados, viúvos, divorciados, solteiros, casados, mal amados, metrossexuais, ogros, descolados…

Você reparou em uma coisa?

Ninguém escapou dessa lista.

Isso significa que alimentamos uma arma que está apontada para nossa cabeça. É o tipo de visão excludente, bairrista, separatista que condiciona a nossa mente a ver diferenças profundas e inconciliáveis entre grupos com características superficiais diferentes.

EU versus VOCÊ.

Onde eramos amigos já não somos por um tipo de preconceito.

Aliás, preconceito é uma visão reducionista que gosta de limitar uma pessoa à uma característica e fazer desse traço motivo de repúdio e acusação moral.

Entendo o preconceito como o grande embate do eu consigo mesmo. É a maneira mais infantil de tratar a realidade separando o mundo em blocos como se faz dentro de si.

Difícil pensar que você é a mesma pessoa doce e cruel. Que nem sempre suas intenções ajudam ou agregam bem-estar. Então separamos nossa vida emocional em bairros e grupos oponentes para simular que o nosso amor está preservado do ódio. Que a raiva está bem longe da cumplicidade.

Essa operação mental é nociva ao nosso desenvolvimento emocional.

Quanto mais preconceituosa é uma pessoa mais infantil é seu jeito de pensar e mais quadrada é sua vida emocional. Ou existe ela ou o outro que não conseguem coexistir.

O grau de afetação que uma pessoa tem no seu preconceito revela somente o ódio que tem de si mesma projetado no outro.

Eliminar a falha, o defeito e a imperfeição não vai eliminar esse oposicionismo interno ou externo. O exercício seria perceber que existe um contínuo inseparável entre aquilo que julgamos o melhor e o pior da natureza humana. E tudo bem ser assim…

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Tudo sobre personalidade

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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