* Por Frederico Mattos

Já notaram que muitas pessoas ao terminar um relacionamento dizem que querem viver a liberdade? Também quando começam um namoro, casam usam metáforas como chave de cadeia, que vão se acorrentar?

Acho bem pobre essa falsa dicotomia que separa a ideia de solteiro/liberdade/diversão X relacionamento/prisão/tédio.

Penso que ela se deve a uma falsa ideia de liberdade e relacionamento amoroso.

Liberdade é uma condição existencial de autonomia, responsabilidade, capacidade de escolha, fluidez emocional e construção de espaços psicológicos amplos, cheios de possibilidades e abertos a mudanças constantes.

Isso não privilégio de um status de relacionamento. Já vi solteiros que agem de forma automática, vão no embalo da galera, não assumem o que fazem, sentem-se aflitos e apenas reafirmam suas limitações psicológicas ao se autorrotularem isso ou aquilo. Veja uma micareta e tente descobrir algum sinal de originalidade. São verdadeiros robôs imitando as massas. Não há singularidade, tudo é previsível, nenhuma liberdade existe ali.

Pode-se viver com tédio e aprisionado no meio de uma balada quando se tenta divertir a qualquer custo.

Acho também que existem casais nos quais um realmente tenta sequestrar esses atributos do outro e privam-no da vida social e buscam eclipsar o desenvolvimento do parceiro para que este seja só seu. Bloqueiam novas descobertas que avancem para além do que podem fazer por si mesmos. Isso é uma prisão sem fim, mas provavelmente esses indivíduos não fazem isso apenas na relação, mas consigo mesmas, com familiares, colegas de trabalho.

A liberdade pode ser cultivada a dois com muita vivacidade e sem nenhum impedimento. Experimento em minha vida, e na de casais amigos, essa possibilidade irrestrita de discutir novos caminhos em que ambos evoluam, mesmo que não estejam grudados ou fazendo tudo juntos, mesmo com filosofias, religiões e gostos musicais distintos.

A sensação de expansão psicológica pode dar ares muito altos na vida a dois, se essa for uma visão colocada em prática pelas pessoas.

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos

Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli