Sobre educação infantil

*Por Juliana Baron

Sou muito preocupada e ligada aos assuntos que giram em torno da educação infantil. Aquela que vai além da sala de aula e que se dá, principalmente, dentro de casa. Depois que me tornei mãe, gosto de estudar, de ler e de refletir a respeito. Também estou sempre atenta ao que acontece ao meu redor e me policiando dentro da minha própria dinâmica familiar.

image

Minha irmã até comentou que estou muito crítica ao ouvir algumas conversas entre pais e filhos. Por exemplo, a da mãe que, em um restaurante durante uma viagem que fiz na semana, tentava convencer a filha a comer alface alegando que sua pele ficaria perfeita como a de uma princesa. Juro que perdi as contas de quantas vezes a mãe, de forma totalmente teatral, repetiu a mesma frase que enfatizava as condições de vida das princesas. Não, eu não sou uma mãe perfeita. Longe disso. Aliás, tenho pavor de qualquer classificação que remeta à perfeição, mas como já escrevi em um texto que teve grande repercussão por aqui (“Não tenha filhos!”), a partir do momento em que nos tornamos responsáveis pela formação de uma pessoa, precisamos nos atentar mais ao que dizemos ou ao que não dizemos. Alface faz bem? Deve fazer, apesar de a própria mãe não estar comendo, mas não o associe a um benefício insustentável. Aqui em casa o papo das comidas saudáveis gira em torno da saúde, do bem estar, do crescimento…as crianças são muito espertas e logo irão perceber que nem todas pessoas que comem alface todos os dias, tem a pele igual a das suas princesas preferidas.

Bom, se eu já andava meio chata com as minhas críticas aos equívocos que ando escutando por aí, agora, meu alerta se intensificou. Mais uma vez, me vejo diante do maior desafio do mundo: educar uma pessoa. Descobri que estou grávida de novo e desde então, não canso paro de pensar sobre o que pretendo fazer diferente nessa segunda oportunidade. Ainda quero escrever sobre a diferença absurda de condições de existência entre a minha primeira gravidez há cinco anos e essa segunda, mas fico feliz de perceber o meu amadurecimento e de saber que em vários pontos posso fazer ainda melhor. Sim, reconheço que junto ao meu marido, venho acertando bastante na educação do nosso filho, que é um dos meninos mais excepcionais, meigos, educados e carinhosos que já conheci, mas sempre há o que evoluir. Ainda mais que agora serei mãe quase na metade do caminho do curso de Psicologia, que vem me trazendo bastante conteúdo e suporte nessa parte da educação.

Mais uma vez, reitero que como disse antes, lógico que erro, que às vezes perco a paciência com o meu filho e solto um “hoje você está muito teimoso” (NUNCA JAMAIS “você É teimoso”), mas sigo no caminho de dar o meu melhor e de tentar acertar ao máximo nesse processo.

Para quem também se interessa pelo assunto, deixo a dica de dois livros que, ultimamente, me fizeram pensar demais sobre o que ensinar aos meus filhos. O primeiro é o livro “Foco” do Daniel Goleman, aonde o mesmo menciona que muito mais importante do que uma criança aprender línguas, por exemplo, é ela aprender a ter autocontrole na vida. Lembro que quando li essa parte do livro, fiquei chocada, porque essa é a mais pura verdade. Como é importante esse auto controlar-se, conhecer os seus limites, empoderar-se dos seus objetivos e não abrir mão deles. O segundo livro, é o “Educação Familiar” do mestre no assunto, Içami Tiba. Inclusive, o termo que usei no começo do texto, “insustentável”, passei a utilizar depois que li o livro. Içami traz a importância da educação sustentável, que é aquela que se sustenta, que leva em consideração as emoções, os sentimentos, os afetos, a vontade, os desejos, os sonhos, os relacionamentos humanos e também as estratégias de ação para melhores resultados.

Toda essa minha preocupação e inquietação se dão porque acompanho tanto na faculdade, quanto na vida, os dramas que adultos trazem desde a sua tenra infância. Depois que percebi a importância dessa fase na vida das pessoas, passei a prestar mais atenção nas falas que usamos com os nossos filhos e o quanto elas são determinantes nas suas existências.

Enfim, deixo a reflexão, as dicas de leituras e continuo nesse meu processo de evolução e melhora na arte de formar um sujeito de bem com a sua vida.

________
Baron* Juliana Baron Pinheiro: casada, mãe, mulher, filha, irmã, amiga, formada em Direito, aspirante à escritora, blogueira e finalmente, estudante de Psicologia. Descobriu no ano passado, com psicólogos e um processo revelador de coaching, que viveu sua vida inteira num cochilo psíquico. Iniciou uma graduação para compartilhar com os outros a maravilha da autodescoberta e que acabamos buscando aquilo que já somos. Lançou seu blog “Psicologando – Vamos refletir?” (www.blogpsicologando.com), com textos que retratam comportamentos e sua caminhada no curso de Psicologia.