“Eu odeio o Rio de Janeiro”

“Eu odeio o Rio de Janeiro!”, eu brincava com meus amigos para provocar os ânimos (é difícil me ver dizendo que odeio algo específico). Tive uma experiência no RJ que não foi muito agradável, era uma cidade sitiada pelo medo e uma certa malandragem generalizada.

Dessa vez algo mudou para mim, fui recebido no aeroporto por um simpatissíssimo carioca que me levou ao hotel com toda a generosidade, descontração e bom humor do mundo. Descobri com ele várias peculiaridades do universo feminino carioca, além do fato de que quando alguém consegue estacionar o carro (nas disputadas vagas nas ruas do Rio) ela “rodolfou” o lugar. Kkkkk

Reencontrei meu tio querido, aproveitei a praia da Barra, dei uma mão no na preparação de um congresso de minha querida Juliana e também desfrutei da voz poderosa e personalidade agradável no show de Michael Bublé. O Rio está mais calmo, mesmo com aquelas exxxxsssperteza do motorista que entra para a direita e depois dá a seta ou das manobras que faz para fugir dos pardais (traduzindo radar). O clima geral é de otimismo em relação aos perigos urbanos. Fiquei feliz em saber de tudo isso.

Mas o ponto alto não foi nem a praia linda e as companhia agradáveis (isso tudo foi essencial, claro) e sim o trabalho terapêutico.

Quando vamos tratar de relacionamento amoroso existe um clima de certo ceticismo dos participantes, afinal para que vou investir meu tempo e dinheiro em algo que eu já sei fazer?

Parece que pagar para aprender algo que desenvolva o aspecto humano é um sacrifício e até um ultraje.

Mas as pessoas que estiveram ali aproveitaram bem o encontro. Eu fiquei apaixonado por cada lance afinal nos aprofundamos de verdade.

Todas situações me chamaram a atenção, mas vou falar de quem me deu autorização: o conquistador que sofre.

Numa impressão geral parece um homem discreto, por volta de 40 anos e aparentando menos. A mágica realmente acontece quando ele olha para você e fala. Alguma palavra em especial? Nenhuma, mas o modo como isso acontece criava um clima entre as mulheres e homens. O cara era realmente cativante até para confessar: “não consigo terminar relacionamentos e sofro por conta disso.”

A aparente liberdade que ele tinha para alimentar uma história com 3 mulheres diferentes o enjaulava. Estava preso na ideia de liberdade. Além disso vivia atormentado pela sua dificuldade de lidar com rejeição e frustração. Por isso quicava de um relacionamento à outro.  O caminho mais fácil seria condenar sua atitude, fechar num pacote e mandar para bem longe dos nossos olhos, mas quis torná-lo tão humano quanto qualquer um de nós, nem mais e nem menos.

Outras situações peculiares surgiram no meio do caminho, mas para não me estender, posso garantir que sai do RJ com outra impressão e me despedi dos amigos de lá com um sorriso no rosto. Ansioso pela próxima visita.

Agradeço imensamente à Juliana Mattos e Joana Mattos, minhas xarás de sobrenomes, que me abriram esse espaço no coração carioca.

PS: Descobri que lá no RJ não tem problema que uma mulher fale que comeu um cara, achei isso incrível! kkkkk

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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