7 pecados capitais – Luxuria

* Por José Chadan

LUXÚRIA – a sexualidade pervertida

O pecado da luxúria consiste num desequilibro, numa perversão do prazer natural que o sexo pode proporcionar. O ato sexual que causa prazer sensual não é contrário às Escritura. O que as Escrituras condenam, é o ato luxurioso que não leva em conta a outra pessoa, que a objetifica, que não extrai da pratica sexual nada além do esvaziar dos colhões. Contra o ato luxurioso os dez mandamentos ordenam para não adulterar (Êx. 20,14).
Nesse caso, a luxúria é sinônimo de fornicação e também de prostituição. É o sexo pelo sexo; o sexo carnal que visa aliviar as tensões biológicas somente. E, por que isso haveria de ser um pecado capital? Ora, porque isso reduz o homem a condição de mero animal, esquecendo-se de outros aspectos que poderiam ser abordados na prática sexual, como por exemplo o afeto, a cumplicidade, e até mesmo o espírito.
O sexo pode enriquecer uma pessoa espiritualmente, mas na luxúria, o sexo a rebaixa a mera condição biológica, deixando de fora sua condição afetiva, psicológica e espiritual, de transcendência mesmo. No sexo saudável, é possível alcançar transcendência.

Fragmento dos Sete Pecados Capitais representando a Luxúria – de Hieronymus Bosch

Fragmento dos Sete Pecados Capitais representando a Luxúria – de Hieronymus Bosch

No cristianismo, mormente na tradição católica, a luxuria é combatida com a castidade. Já em outras religiões, isto não é uma regra. No protestantismo, evangelicalismo ou pentecostalismo, por exemplo, não se exige castidade, muito embora se combata a luxúria e a prevaricação – o sexo banal. Isto está mais bem detalhado em outro artigo meu: Sexo e religiosidade – tudo a ver!
Portanto, amigo, se você gosta de sexo e sexo meramente carnal e biológico, pode continuar fazendo, mas reflita como sua vida sexual seria mais rica se, você continuasse praticando sexo, obtendo prazer, mas acrescendo à ele, todos os demais aspectos de sua vida. Quão enriquecedora seria a sua experiência sexual.

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BÍBLIA SAGRADA. Revista e corrigida por João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1993.

zé rosto e terno (1) * José Chadan: Professor, licenciado em história. Bacharel e mestre em filosofia. Escritor, pensador e autor do livro de poesias intitulado, Barca Melancólica (Fonte Editorial). Lecionou na rede de ensino do Estado de São Paulo durante 4 anos. Apresentou palestras para alunos pré-vestibulandos, cursos de jornalismo e participou de encontros e comunicações sobre filosofia medieval e existencialista. Nas horas vagas gosta de assistir cinema, caminhar pelas ruas da cidade e praticar meditação transcendental. Alguns de seus trabalhos estão publicados no blog: www.pistosdarazao.blogspot.com.