Procrastinação: de onde vem e como acabar

* Por Frederico Mattos

Todo mundo em algum momento já empurrou um compromisso com a barriga. O problema é quando esse “deixar para amanhã”  vira uma constante e afeta a qualidade de vida pessoal, profissional e no longo prazo a pessoa se dá conta que a maior parte dos seus projetos foram deixados de lado. Não é fácil  identificar, principalmente se o indivíduo já se naturalizou com a atitude. Perceber-se num emaranhado de tarefas incompletas pode afetar a qualidade dos relacionamentos pessoais e profissionais. A incapacidade de atender as demandas que o mundo pede leva o procrastinador a acrescentar mais problemas nas pilhas de impasses que alimenta.

Algumas características podem ajudar a identificar um procrastinador. São elas:
– justificar seus atrasos por falta de tempo, preguiça;
– colocar muitas tarefas obsoletas na linha de frente;
– não saber organizar suas tarefas e priorizar o que é ou não importante;
– agir de forma perfeccionista a tal ponto de nunca iniciar algo se não tem condições ideais (raramente temos condições ideais)

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Existem cinco principais fatores que desencadeiam esse comportamento.

1- Esperança ingênua de imaginar que os resultados surgem sem esforços, abnegações, treino de postura mental. É como se esperasse uma figura materna imaginária resolver seus problemas ou encontrar soluções.
2- Medo de ser testado: grande parte dos procrastinadores alimentam a ideia de que “na hora que quiser, eu faço”. Na verdade temem fracassos potenciais e para evitar o confronto; nunca começam nada e se alimentam de uma competência em potencial.
3- Perfeccionismo: essa característica é carregada de idealismo e um certo orgulho quanto às próprias capacidades e condições externas. A exigência de que tudo transcorra perfeitamente faz com que muitos refaçam tarefas interminavelmente.
4- Baixa resiliência: como o procrastinador é guiado por emoções, ele costuma atender apenas aos seus apelos e de modo geral os sentimentos oscilam tanto que ele não consegue se manter firme numa tarefa.
5- Psicopatologia: muitos transtornos emocionais são responsáveis por fazer alguém adiar tarefas, já que inibem a resiliência, criatividade e senso de praticidade. Merece ser pesquisada com um especialista médico e psicólogo.

A procrastinação pode afetar os relacionamentos pessoas. Afinal, quem confiaria numa pessoa que nunca cumpre o que promete? Ou que deixa tudo para lá e age de forma passiva e quase reclamona sobre a vida? Essas posturas empobrecem a pessoa que as tem e faz perder a admiração de quem convive com elas. O resultado no longo prazo é de uma pessoa sem auto-confiança, que nasce do cumprimento de suas próprias promessas.

É importante diferenciar aquelas tarefas inadiáveis em contextos profissionais nas quais não há opção sem que surjam punições e problemas sérios. No âmbito pessoal não há nenhuma obrigação para nada e é preciso decidir o que faz sentido de verdade na vida.

Mas qual seria a vantagem de não empurrar nada com a barriga? O sentimento de auto-confiança resultante de saber que sua vida caminha de acordo com sua determinação pessoal. Livrar-se da sensação de peso constante de quem empurra suas tarefas. Além dos infinitos benefícios resultantes de bater metas pessoais. É importante ressaltar que uma tarefa complexa pode ser dividida e virar duas pequenas tarefas sem que se fique com o peso de nenhuma incompletude.

E como é possível realizar o que se propõe a fazer?

– Priorizar o que é importante e parar de apagar incêndios;
– Ter um plano de longo prazo com limites realistas e que levem em consideração variações de humor;
– Fragmentar atividades para tornar a realização da grande tarefa uma trajetória de pequenas vitórias;
– Contar com o apoio de outras pessoas no processo;
– Abandonar situações que já não fazem sentido e admitir sua desistência para não ficar fingindo para si que não há tempo ou possibilidade quando o que existe é falta de vontade mesmo.

É preciso fazer uma ressalva, pois muitas pessoas se impõe tarefas, sonhos e metas por pura influência de amigos, familiares ou pela mídia, mas no fundo não fizeram um pacto real com elas. E para não admitir essa incompatibilidade decidem assumir compromissos que no fundo nunca tocaram seu coração de verdade. Portanto, viver uma verdade pessoal é a melhor prevenção para a procrastinação

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Captura de Tela 2014-08-26 às 10.05.17* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique]“,  “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

 

 

 

 

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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