O que fazer quando você está desempregado?

* Por Frederico Mattos

Quando uma pessoa fica desempregada isso é um fator devastador para ela e para a família. Lembro de meu pai quando foi mandado embora e não conseguiu se reerguer emocionalmente por muitos anos até o seu adoecimento. A sensação de derrota parece corroer a autoestima e o senso de importância profissional que pode abalar uma pessoa por muito tempo. É importante viver o luto por essa perda, que é um tipo de recomposição necessária até que a coragem pessoal volte a florescer, o tempo desse processo é muito variável. Existem pessoas com uma personalidade mais resiliente que podem atravessar a fase crítica inicial em algumas semanas, do completo abatimento até que um sorriso ou outro volte para o rosto, outras pessoas com persolaidade mais rígidas e nostálgicas podem ficar tempo de mais nessa briga interior e esse não é o luto saudável, elas estão colocando outras coisas em jogo naquela perda, como se aproveitassem um velório para chorar todas as suas perdas pessoais. Para quem deposita toda sua sensação de bem-estar no trabalho a sequela é mais dolorosa.

Existe um grande engano na atualidade que é associar o valor que alguem tem pelo emprego que ela tem ou por quanto ganha. Gostaríamos de gostar das pessoas pelo que elas são, mas no fundo o que ela faz profissionalmente implica em como a admiramos. Por isso basta uma pessoa perder o emprego (e sem um salário) para tratar a si mesma com auto-desprezo.

O que fazer nessa fase tão dolorosa?

Isso depende do quanto você realmete gosta do que faz. Para quem odeia seu trabalho o deseprego soa como férias indigestas, ela consegue se ver livre de todo o ambiente profissional que detesta e aí surgem sentimentos conflitantes, pois ela ficará numa briga interna entre procurar outro emprego e adorar ficar jogada no sofá sem compromissos profissionais. Essa fase pode tomar mais tempo do que gostaria.

Para quem gosta do que faz seria super importante não perder o ritmo profissional, seguir agindo como se tivesse trabalhando, ou seja, produfindo, pesquisando, se aperfeiçoando, criando caminhos, fazendo trabalho voluntário associado à área. Por que tudo isso? Porque a mente, quando desconectada do que faz melhor pode entrar num ciclo de mal-estar e assumir uma posição de fracasso ambulante.

Quando surge uma entrevista de emprego é importante a pessoa estar ainda no clima de trabalho para não gerar aquela ansiedade aflitiva que o pessoal de RH pode avaliar como insegurança ou problema à vista. Se o trabalho é uma paixão não há motivo para que ele seja colocado em segundo plano por causa do desemprego, isso garante a vivacidade do período desempregado e ainda mantém a autoestima do profissional viva diante de uma fase delicada e frágil.

Você já passou por uma experiência dessa? Que lições valiosas aprendeu?

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique], Como se libertar do ex [clique aqui para comprar] e Mães que amam demais. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. Oferece treinamentos online de “Como salvar seu relacionamento” e “Como decifrar pessoas” No Youtube seu canal é o SOBRE A VIDA [clique aqui] No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094