Mulher de amigo meu é homem! Será?

*Por Frederico Mattos

Quem dera as pessoas deixassem de ser sexys, inteligentes e admiráveis porque casaram ou assumiram um “relacionamento sério” com um amigo ou alguém que amamos.

Esse texto, aliás, vale para ambos sexos. Gostamos de verdades adocicadas, daquelas que ocultam nossa natureza um pouco sombria. Esses artifícios psicológicos de negação ou de tentar realocar uma pessoa para uma categoria diferente só para suprimir certos desejos, pode funcionar por um tempo, mas é bem pouco realista. Seria adorável poder conviver com a outra pessoa pelada ignorando seus atributos estéticos simplesmente por tê-la colocado na categoria “namorada(o) de um amigo meu”.

Não é tão simples assim. Pense aqui comigo. Você ouve sua amiga falar do namorado dela e de como ele é carinhoso e como as coisas na cama funcionam plenamente, que orgasmo é o que não falta, que ele se abre ao diálogo diante de uma crise e que além disso é uma versão tupiniquim do Johnny Depp. Imagine também o frio na espinha ao imaginar aqueles peitos incríveis da namorada do amigo roçando no seu corpo ao toque da voz cheia de meiguice e tesão. Para piorar só se ele dissesse que ela acha babaquice aquelas intermináveis DR’s cheias de acusação.

Uma coisa que aprendi sobre a mente humana é que o desejo deseja e não pede documento de identidade ou permissão para as convenções da sociedade. A inveja não é sentimento novo e com as redes sociais tem sido cada vez mais difícil resistir a um apelo de cobiça ao que é dos outros. Seu amigo ou amiga pode ser alvo desse sentimento, logo a mulher do seu amigo ainda continua sendo mulher. Não quero dizer com isso que toda pessoa deva entrar numa caçada para “furar os olhos” do amigo(a) e arrancar o que é dele – tarefa na maioria das vezes malsucedida –, mas seria hipocrisia negar que em algum momento aquele desejo secreto não tenha escapado em forma de uma fantasia maliciosa ou até tentativa de negar para si mesmo em forma de um comentário crítico.

Aliás a crítica é sempre um instrumento utilizado pelo invejoso, é quase como jogar perfume de esgoto em cima do outro só para achar tudo menos perfumado e sedutor. Mesmo não tentando agarrar sua “cunhada” do coração-amigo pelo menos não finja lá do fundo de sua câmara secreta de perversidades que nunca achou nada libidinoso na mulher do compadre. E você consegue confessar esse tipo de pensamento malicioso?

 

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“Amigo, essa é minha nova namorada!”

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Captura de Tela 2013-09-13 às 17.34.09* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos.

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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