* Por Rita Lea

Porque a nossa sociedade se incomoda tanto com as pessoas solitárias? E ainda julgam: “Se está sempre sozinho, no mínimo deve ter algum problema!”.

Pessoas que evitam sair de casa, estar com amigos ou familiares, são considerados anti sociais. Preferem mesmo ficar no canto deles do que interagir, sentem-se mais confortáveis. Pode ser um problema? Talvez! Mas, também pode ser uma escolha.

Outros, precisam de momentos de solidão e existem aqueles que de fato estão sempre só.

A escolha da solidão é curtir um tempo em sua própria companhia. Organizar os pensamentos, ler um livro, ouvir música, descabelado com seu moletom preferido ou simplesmente, ficar largado sem fazer absolutamente nada! Uma delícia e saudável!
Porém, essas pessoas tem muitos amigos e são incapazes de recusar um convite para uma boa diversão.
Chamo isso de solidão necessária. Dedicar-se ao seu próprio eu, se amar, se descobrir.

Outros, adorariam poder escolher, mas suas vidas são diferentes.
Não pertencem a grupo nenhum, sentem-se rejeitados por que são tímidos ou tem algo em suas personalidades que os impede de se relacionarem naturalmente.

Sentem-se sozinhos, esquecidos, zoados, checam o celular cada 5 minutos como se “alguém fosse lembrar” de ligar para eles e até mesmo na rua parece que ninguém os enxerga, é como se não existissem! Esses, são os solitários.

Podem notar, não são nada populares em seus ambientes sociais.
Entram mudos e saem calados. Andam de cabeça baixa evitando contato visual, sempre com fone de ouvido e tentam chamar o mínimo de atenção.
E isso acontece porque a autoestima é zero, afinal, não se sentem queridos, interessantes. Simplesmente são excluídos da turma.

Pense se fosse com você, como se sentiria? Pense se mesmo que involuntariamente, você não está agindo assim com alguém. Essa atitude não é nada bacana.

Vivemos em sociedade e precisamos mudar esse hábito horroroso de pré julgar as pessoas! A aparência ou jeito de uma pessoa, não indica quem ela é por dentro.

Sabemos que o ser humano tem o lado bom e ruim, mas independente de quem seja todos tem sua história de vida, algo interessante a compartilhar. Aprenda a receber o melhor que cada um tem para oferecer, é um verdadeiro presente! Vamos nos atrever a conhecer o que é diferente de nós!

Solitários ou não, estamos lidando com seres humanos que merecem nosso respeito, atenção, oportunidade e acima de tudo, compaixão.

Escolher a solidão é fenomenal, mas ser escolhida por ela é muito triste!

E nesse texto, cabe muito bem a canção do genial Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…” E pode ser que não haja mesmo, por isso, sejamos cada vez melhores!

Beijos…

* Rita Leal: ex modelo, apresentadora de TV, curiosa, chocolátra assumida, amo observar pessoas, danço sozinha em casa, fã do silêncio, mãe do maravilhoso Enrico.