Por que uma pessoa é ótima no trabalho e péssima no amor?

Por que uma pessoa é ótima no trabalho e péssima no amor?

Já ocorreu você a seguinte pergunta, por que algumas pessoas são bem sucedidas no trabalho, mas na vida amorosa são desastrosas?

Nosso raciocínio lógico não consegue responder logo de cara essa questão, afinal entendemos que uma pessoa inteligente e capaz no campo profissional teria a mesma habilidade na vida pessoal. Em muitos casos isso é o oposto.

Mas existem alguns motivos para isso não acontecer:

1- Papel profissional tem script

Não existe muita dúvida, cada empresa tem seu manual de procedimento convencionado para seus cargos e papéis, mesmo nos cargos de liderança ou criativos já existe algo que se espera do profissional. Se ele sai daquele cargo entra outro que varia no jeitão, mas segue entregando resultados parecidos. Na vida amorosa não tem manual, no máximo algumas ideias gerais que podem ser utilizadas, mas no final é olho no olho e alinhamento de personalidades, desejos e intimidade, tudo artesanal.

2- Ambiente de trabalho permite simulações

Tudo bem, na vida amorosa também pode haver muita mentira, mas a superfície de contato é maior e o convívio mais estreito. No trabalho as relações de poder podem abafar ações problemáticas por causa da necessidade de sobrevivência, um gancho muito poderoso para rebaixar o questionamento de quem convive profissionalmente. No amor quem está atento consegue notar que se o parceiro fala mal de todo mundo ou as vezes passa a perna nos outros pelas costas e isso tem um efeito colateral terrível, a menos que ambos no relacionamento tenham caráter duvidoso.

3- Existem metas e objetivos claros

Bater metas claras com objetivos definidos facilitam o senso de linearidade, então se uma pessoa é obtusa emocionalmente isso passa sem que os outros percebam, afinal ela sabe o que quer no campo técnico. Já na vida pessoal onde precisa fazer escolhas mais soltas, livres e prazerosas

4- Racionalidade no trabalho

Pessoas que tem grande dificuldade em lidar com emoções mais ambíguas, leves ou divertidas, ou seja, sem controle preferem ambientes profissionais. Ali ela pode ser séria, responsável, ética ou dedicada, o problema dela é quando chega o happy hour e ela não sabe como lidar num ambiente informal ou mais festivo. A capacidade dela de abstrair seus desejos e sentimentos recebe recompensas profissionais, na vida amorosa torna ela uma pessoa pesada (chata e ranzinza) e insuportável de conviver.

5- Você não precisa ser humano em certos ambientes (as vezes é até desaconselhável que seja)

Pessoas que tem medo de suas emoções e até são mais hábeis para a dureza (e até uma dose de perversidade) encontram nos ambientes corporativos um espaço enorme para desaguar seu comportamento impiedoso, irracível e até abusivo. Como no relacionamento amoroso saudável isso precisa ficar abafado ou no mínimo diluído existem pessoas que sentem que sua melhor versão é aquela onde podem agir sem muitos limites e sensibilidade.

6- Sensibilidade, afetuosidade e convivência expõe vulnerabilidades

Dizer “eu te amo”, “me desculpe, eu errei”, “meu sonho com você é…” podem ser as frases mais difíceis para algumas pessoas, pois seria colocá-las diante de uma subjugação ou potencial dúvida e rejeição. Por isso elas preferem ambientes e estruturas mais reguladas por instrumentos “esterilizados” de humanidades, pois lidar com dimensões internas fora de controle pode ser muito angustiante.

7- Defeitos pessoais são mais críticos na intimidade

Tolerar desagravos ou ofensas quando se trata de um relacionamento de troca não hierarquizada deixa tudo mais difícil, como no trabalho essas questões passam pelo filtro dos cargos então parece ser tolerável (ainda que humanamente não seja) uma série de desvios de conduta.

Por esse motivo muitos se refugiam no trabalho exaustivamente, pois ali a pressão pessoal ainda que seja grande não afeta a intimidade ou emoções mais dolorosas. É importante essas pessoas terem consciência que isso tem um custo e que é um estilo de vida que não foi efetivamente escolhido, mas resultante de inabilidades pessoais. No trabalho algumas características são virtudes, já na vida pessoal são o inverso…

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique], Como se libertar do ex [clique aqui para comprar] e Mães que amam demais. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. Oferece treinamentos online de “Como salvar seu relacionamento” e “Como decifrar pessoas” No Youtube seu canal é o SOBRE A VIDA [clique aqui] No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094