Tudo o que você precisa saber sobre SOFRIMENTO e tinha medo de perguntar

Já faz muito tempo que estou hesitando em escrever esse texto, mas acho agora chegou a hora já que é o alicerce de qualquer raciocínio psicológico que fiz até então.

Sofrimento é uma bolha que você pode estourar !

Antes de tentar explicar o que entendo como sofrimento gostaria de diferenciar da ideia de dor. Dor é um estado psicofisiológico de desconforto reativo à um choque ou degeneração orgânica. Algo evitável e que se contorna com medicações anestesiantes.

Isso leva muitas pessoas a entenderem o sofrimento como algo parecido, com substância e localização bem definida. Erro de raciocínio.

O que chamamos de sofrimento é um estado psicológico que pode mudar de um momento para o outro.

O sofrimento sendo transitório é resultado de um entendimento equivocado sobre a realidade vida.

Uma pessoa querida morre e eu sofro sua perda. Sofro por que ela se foi e eu não terei mais acesso a ela. Meu sofrimento é resultado da quebra de uma condição estável. Preciso abrir mão do meu apego à imagem de que ela está associada a mim. Entender que as pessoas morrem cedo ou tarde por causas naturais ou acidentais e que ninguém está blindado de nada. O sofrimento decorrente dessa perda na verdade é uma resistência às mudanças inevitáveis da vida. O sofrimento é a tentativa da mente de conservar um estado psicológico imutável.

O sofrimento é o denunciador de minha dificuldade em ceder ao evento novo que se apresenta.

Diferente do que pensam não é o resultado de amadurecimento. O sofrimento é sinal de rigidez emocional, apego, inflexibilidade e narcisismo. O sofrimento é uma birra existencial.

Uma pessoa perde o emprego, esbraveja injustiça e fica abatida. Por que sofre? Porque resiste à ideia de mudança, “por que eu?”. Por que não você? O que há de especial na sua vida diferente das demais?

O sentimento de privilégio é uma das bases do sofrimento. A sensação de ser uma pessoa especial oferece o terreno propício para essa contestação típica do sofrimento: “por que eu?”

No sofrimeto há uma grande dose de passividade frente à mudança. O sofredor teima em achar que a realidade complicadora irá se resolver magicamente, sem esforço ou desprendimento. A condição passiva de vítima das circunstâncias confere uma dose de poder pessoal. Como um sentimento de injustiça que se instala e pode permanecer por anos à fio. A vítima arroga para si o direito de cobrar o estado original perdido. “Não me conformo que perdi aquela oportunidade!”. O sofrimento é decorrente dessa prisão psicológica instaurada na mente. “O mundo precisa me devolver o que perdi!”. Com isso a vítima perde mobilidade existencial e fica sentada no trono de suas certezas e seguranças.

“O sofrimento ensina!”. Não creio nisso, pois se o sofrimento é um efeito colateral de resistência e narcisismo na verdade ele só evidencia que o ego não quer ceder. A frustração contínua de suas certezas nem sempre libera o ego de seu trono emocional. Prefere ser vítima do que co-autora da própria existência. Co-autor, pois ninguém está isolado nesse mundo e na maior parte das vezes estamos expostos à condições indigestas e fora de controle.

Uma pessoa pode passar anos na cadeia, destituída de identidade, integridade e dignidade e só reforçar para si mesma a sensação de indignação e ressentimento. O sofrimento permanece ali sustentando uma condição de mal-estar que arrasta todos a sua volta.

O sofredor sempre atribui culpados pela sua infelicidade e abdica da condição de protagonista de si mesmo.

Mudança + resistência + rigidez cognitiva + sentimento de privilégio + passividade + culpabilização + hierarquia psicológica autoritária = sofrimento.

Situação prática: Pessoa perde o interesse afetivo pela outra e se separa + “Como assim?” + “Eu achei que seria para sempre” + “Como aquela pessoa ousou me deixar agora?” + “não quero mais saber de nada e nem de ninguém” + “Eu deveria ter terminado, agora fiquei por baixo” = sofrimento.

Desfazer o sofrimento é resultado de uma mudança de postura na vida.

Aceitar que mudanças são inevitáveis e resistir a elas é um estreitamento emocional.

Baixar a guarda e aceitar que eu devo me deixar entregar pelo desprendimento necessário de mim mesmo.

Permitir que minha mente se deixe absorver por entendimentos mais amplos da realidade.

Colocar-me na mesma condição de vulnerabilidade que todos que estão envolvidos.

Ter uma postura ativa na vida em que se assume seu lugar no mundo sem cobrar ou reivindicar direitos especiais.

Entender que não há culpados e nem inocentes na vida. Estamos todos conectados na mesma teia de relações desiguais, instáveis e imprevisíveis.

E se você ainda acha que vai aprender alguma coisa com o sofrimento eu já adianto, só vai aprender a continuar sofrendo. Não é o sofrimento que ensina, mas o aprendizado que ensina.

Se quer aprender mesmo abra sua mente, pois sofrimento é sinal de resistência.

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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