Por que eu não posso ser não amado?

As pessoas sempre se questionam quando um relacionamento termina do porquê do término. Querem encontrar um sentido, uma lógica que dê uma configuração às suas ideias, um formato definido para a angústia.

Se sente assim?


Se foi porque eu sou feia ou falo demais, será que me entreguei muito ou pouco, se eu tivesse tentado ser mais ativo ou carinhoso. Essas perguntas todas cumprem uma promessa maldita em nosso psiquismo: querem reforçar o nosso narcisismo.

Ter uma resposta me devolve à posição de segurança, ainda que meio torta e dolorosa, mas ficar sem resposta é o maior dos crimes do qual podemos ser vítimas.

Qual o sentido da vida? O segredo do Universo? Há vida após a morte?

Perguntas que não tem resposta deixam a nossa mente paralisada porque queremos reforçar nosso sentimento de controle perpetuamente.

Não admitimos ser deixados de lado ou postos para fora da brincadeira, pois isso seria alegar que não temos importância intrínseca.

Como assim ele não gosta de mim? Sou tão maravilhosa, fantástica, extraordinária e essencial!

No fundo é essa voz que grita silenciosa no fundo de nossas vaidades amorosas não declaradas.

Detestamos ficar em segundo plano. Mesmo quando você não quer comer aquele doce, não admite que ninguém coma antes de você.

Em essência o que aspiramos é sempre ser o centro do mundo da pessoa que elegemos para amar, assim como fazíamos quando nascemos.

A mãe foi o primeiro objeto de afeto e amor em nossas vidas e durante algum tempo da concepção ao primeiro ano fomos exclusivos.

Depois de um tempo nos damos conta que a mãe divide nossa atenção com outras coisas e sentimos raiva pela “rejeição” sofrida.

Diante da raiva a criança se sente culpada e envergonhada por ter momentaneamente odiada a quem ama. E se sente não merecedora de amor e acha que será punida.

Frente à culpa ela adota dois caminhos que podem se sobrepor ou alternar.

No primeiro ela própria se antecipa ao castigo e se pune.

No segundo ela age de maneira exemplar e sempre correta para escapar da punição.

De qualquer forma não consegue sentir o amor exclusivo que tinha no momento primordial.

Depois passa o resto da vida reencenando a busca por esse amor exclusivo e quando sente que não é atendida o ciclo se repete interminavelmente nos relacionamentos

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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