Pelo direito de não saber quem sou

* Por Juliana Cordeiro

Há algum tempo eu me dei conta de que eu não tenho idéia de quem sou.

Somos todos assim

Despertei para o fato de que muitas ou todas as convicções que tinha sobre mim mesma e especificamente sobre a relação homem e mulher não são reais.

Eu cresci e o que eu achava que sabia de mim deixou de ser verdade. Amadureci.

Passei a enxergar o mundo pelos meus olhos e com as minhas experiências e deixei para trás o mundo que pintei em minha cabeça. Ele de fato só existia lá.

No meu quadro, tudo já vinha pronto: fortuna, prosperidade, conhecimento e sucesso. Ali as pessoas já são maduras o suficiente para enfrentar todas as adversidades e a sabedoria é inata. Quanta arrogância.

Eu não sei de onde veio isso. Talvez dos contos de fada de Walt Disney que eu assisti repetidas vezes. Talvez da minha própria percepção de mundo, ou ainda por ter sido criada longe da realidade difícil da vida. A sensação que eu tenho é que meus pais tentaram me proteger, e esta bolha foi destruída abruptamente por uma coisa que se chama realidade.

Primeiro com a convicção de que o namorado perfeito estava longe disso. O curso escolhido na faculdade estava longe de ser o que a minha alma buscava.

A realidade batia de frente comigo o tempo todo e eu como um carro desgovernado tentava desviar, ao invés de parar, olhar para ela, dar as mãos e seguir.

Depois de muito sofrimento, me abri. Dei uma chance a mim mesma de enxergar a vida como ela é. A partir daí, descubro coisas novas a meu respeito todos os dias. Umas me enaltecem, outras me deixam na lama.

Gostando ou não, o  meu aprendizado está em lidar com cada uma das novas facetas e tirar delas o melhor que elas tem para me ensinar.

O bem-estar esta dentro de cada um de nós. Conheçam a si mesmos, questionem, se abram para o autoconhecimento. O máximo que pode acontecer é você se libertar de crenças de infelicidade.

O tempo passa, as circunstâncias mudam e nós vamos nos moldando. Não falo aqui de caráter. Estou falando de convicções.

A vida é dinâmica, tudo muda o tempo todo, então porque querer que a nossa vida seja um livro de páginas escritas indefinidamente? Por que não deixarmos lugar para o inesperado e fluir com a maré da falta de controle?

Gosto muito de uma canção que se chama Unwritten,  da Natasha Bedingfield especialmente este trecho:

Pode dizer as palavras em seus lábios
Se molhe nas palavras não ditas
Viva a sua vida de braços abertos
Hoje é o dia em que seu livro começa
O resto ainda está em branco

A liberdade de saber que não se sabe sem no entanto deixar de querer saber é o que me move. Liberdade para mim é poder ser quem eu sou ainda que eu não saiba quem seja. Recomeçar dá muito trabalho, pior seria não ter a opção do recomeço. 

 

 

*Juliana Cordeiro – Garota urbana, nascida e criada em São Paulo, viajante nata (se é que isto é possível), sonhadora incansável, Consultora de Moda desde pequena, professora, marqueteira, apreciadora do belo em todas as suas formas. Come pizza toda semana, é louca por brigadeiro e faz aula de dança. Escreve no www.semespartilhos.com.br No Twitter @semespartilhos

 

 

 

 

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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