Eu sou maluco? – Transtorno Obsessivo Compulsivo

Você já deve ter conheceido alguém que tem uma mania estranha ou que se comporta de um jeito ansioso e tem algum tipo de hábito incorrigível ou até superstições esdrúxulas. Pois bem, essa pessoa pode ser acometida por TOC – Transtorno Obsessivo-compulsivo.

Se não estiver tudo brilhando...

Ela é uma doença que costuma ser diagnosticada tarde, pelo simples fato de ser alvo de preconceito e tiração de sarro. A própria pessoa tem a sensação de que aquilo irá passar com o tempo, mas não passa.

 

Imagine que você sente uma ideia que sabe ser absurda ficar retumbando na sua cabeça como uma música chata e odiosa?

 

Agora pense que a cada vez que essa música chata aparece na sua cabeça você precisa dar 7 pulinhos e bater no peito e dizer: sou um rei?

 

E que se não der os pulos e não falar aquilo sua mãe vai morrer nesse exato momento.

 

Sim, é esse o tipo de tortura pela qual passa a pessoa com TOC.

 

Existem as pessoas com predominância do quadro obsessivo, ou seja, pensamentos de catástrofe que precisam ser combatidos com pensamentos opostos ou palavras “mágicas” sendo repetidas na sua cabeça.

 

Outras tem um quadro compulsivo em que precisam fazer algo concreto depois que sentem algo ruim, chamamos isso de ritual. A pessoa parece que vive numa constante execução de superstições de passagem do Ano Novo. Sinal da cruz, pular ondas, comer 23 uvas passa com a mão esquerda parece pouca coisa para quem convive com esse mal-estar.

 

Não adianta convencê-la que nada de ruim vai acontecer caso não crie pensamentos ou rituais. Ela é possuída por essa necessidade para que sua angústia diminua. Ela sente vergonha de parecer tola ou esquisita. E com o tempo cria mecanismos para disfarçar que tem que pisar na parte branca do piso da casa para evitar que alguém da sua família morra.

 

O pior é que esses pensamentos invadem a cabeça contra a vontade e não dão trégua

 

As obsessões (pensamentos repetitivos) podem ter temáticas diferentes como:

 

  • Contaminação: achar que está sempre prestes a contrair uma doença sem que tenha a mínima lógica.
  • Sexual: pensamentos totalmente pornográficos em situações delicadas como imaginar que sua mãe faz sexo oral em você na hora que está dando tchau.

 

  • Agressão: surgir imagens das pessoas se agredindo ou ela própria em situações nada usuais.
  • Religiosos: pensamentos de punição divina.

 

 

As compulsões podem ser de vários tipos:

 

  • Limpeza: lavar a mão, a casa várias vezes ao dia, mesmo que se intoxiquem.

 

  • Acumular: guardar todos os objetos e não importa o quão inútil aquilo pareça. Chegam a deixar a casa suja por conta disso.
  • Checagem: verificar 15 vezes se o gás, a porta de casa do carro foi fechada.

 

  • Simetria: deixar os objetos em pares ou trios e bem retos e posicionados.

 

  • Organização: deixar tudo milimetricamente organizado como um armário com camisetas, calças colocadas em cores degrades.

 

 

O TOC já vem avançando no seu tratamento que deve sempre ser uma combinação entre medicamento (receitado pelo médico psiquiatra) e o psicólogo. Existem pesquisas na área de neuromodulagem avançada com introdução de eletrodos que regulam regiões cerebrais que inibem a ação das obsessões e compulsões (um neurocirurgião é indicado nesses casos). Existe um componente químico e neurológico bem acentuado, mas isso não exclui questões emocionais que surgem como efeito colateral do TOC.

 

Existe um quadro de agressividade passiva muito grande nas pessoas que desenvolvem TOC. São pessoas que tem um alto senso de responsabilidade, perfeccionismo e preocupação excessiva com o que os outros possam pensar dela.

 

Possuem um senso aguçado de retidão pessoal e uma certa rigidez e falta de flexibilidade frente à mudanças e situações imprevíveis.

 

É fundamental para a pessoa com TOC assumir uma perspectiva diferente dos pensamentos obsessivos como se fossem “outras pessoas” que habitam nele. Como se fossem vizinhos barulhentos de uma pensão que aborrecem mas não determinam a qualidade do anfitrião.

 

Você é uma identidade independente das “vozes” internas que criam a bagunça, aprenda a desenvolver um autoestima saudável que vá além da confusão mental causada pelos pensamentos catastróficos.

 

Afinal, todo mundo sabe que tem uma faceta mais catastrófica, podemos todos tentar o mesmo. Somos uma multidão dentro de nós…

 

 

______________________

Outros artigos relacionados

Série Pare!

Eu sou maluco?

Eu sou maluco? – Esquizofrenia

Eu sou maluco? – Depressão

Eu sou maluco? – Síndrome do Pânico

O que falar para alguém que está prestes à morrer? – Nota de falecimento de R.

Sobre o sofrimento

Ofereça o seu melhor para o Seu Amor

Não leve uma mulher muito à sério

Coisas estúpidas que uma mulher pode fazer por um homem

8 sinais do término de um relacionamento amoroso

Como seus pais influenciam no seu relacionamento amoroso

3 vilões dos relacionamentos: carência

3 vilões dos relacionamentos: apego

3 vilões dos relacionamentos: jogos de poder

Dificuldade em perdoar

“Você não vale nada mas eu gosto de você!”

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

Related posts